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domingo, 15 de fevereiro de 2009

RESUMO DO CAPÍTULO O PERÍODO ARCAICO NO INTERIOR, EXTRAÍDO DO LIVRO PRÉ - ARQUEOLOGIA BRASILEIRA DO AUTOR ANDRÉ PROUS

O período arcaico no interior vem nos mostrar uma pré-história em nosso país (Brasil), pouco difundida entre as classes estudantis, seja ela em qualquer nível.
As culturas desse período são conhecidas principalmente pelo material lítico e pela característica dos nichos ecológicos, sendo que varias dessas culturas foram contemporâneas.
Quando falado de habitação o texto de Andre Prous, relata que pouco se sabe sobre tal abordagem. A cultura não-material é algo pode ser estudada através dos sepultamentos e da arte rupestre.

AS CONDIÇÕES NATURAIS HOLOCÊNICAS NO INTERIOR DO CONTINENTE BRASILEIRO

Este período representa o fim do pleistoceno e inicio do holoceno, onde é caracterizado por uma oscilação climática, sendo que essas mudanças vinham a interferir nas diversas formas de adaptação do homem ao meio ambiente, ou seja, essas interferências estavam ligadas principalmente a alimentação, pois foi a partir daí que alguns grupos passaram a consumir um numero maior de vegetais e até mesmo de moluscos, levando, por exemplo, numa possível domesticação de plantas.

AS GRANDES TRADIÇÕES LÍTICAS DO INTERIOR DO BRASILEIRO

Essas tradições são mais difundidas no sul do país, pois é neste local que as pesquisas arqueológicas estão mais avançadas. Encontram-se também materiais líticos no centro brasileiro.

AS INDÚSTRIAS MERIDIONAIS

O PRONAPA propôs a nomear as indústrias líticas em duas: UMBU e HUMAITÁ, sendo que existem varias manifestações culturais que envolvem todo o contexto no interior arcaico.

AS PRIMEIRAS PONTAS DE PROJÉTIL NO BRASIL

Partindo do geral para o especifico, o norte do continente americano é característico as pontas de projétil com acaneladura. No Brasil esse material não tem publicado nenhum achado, mas é mencionado em alguns trabalhos

TRADIÇÃO UMBU

“É caracterizada pela presença de pontas de projétil e de uma indústria lítica com lascas retocadas. O retoque é freqüentemente feito com cuidado, podendo ocupar toda a superfície de uma ou de ambas as faces da lasca. Os portadores desta indústria parecem ter ocupado as regiões menos arborizadas; realizando raras incursões nas encostas do planalto, chegaram até o litoral em pelo menos dois pontos. Tardiamente, parece que se espalharam por vários vales, influenciando no Rio Grande do Sul portadores da outra tradição (Humaitá), que adotaram as pontas de flecha”. (Prous, p.149).
Essa tradição procurava abrigar-se nos terraços do planalto meridional e também aproveitavam alguns abrigos no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As escavações que renderam uma melhor explanação sobre a vida dos nativos brasileiros foi feita no sitio Cerrito Dalpiaz, com as escavações de E. Miller, pois permitiram estabelecer uma ordem cronológica e de materiais arqueológicos que estabeleceram uma melhor precisão sobre a tradição Umbu.
A diferença da tradição Umbu para a Humaitá, esta eminente na indústria lítica, uma vez que a tradição Umbu da uma importância bem maior a rochas mais frágeis (quartzo, sílex, calcedônia, ágata).
A tradição Umbu também se destacava na indústria óssea com a produção de diversos artefatos.

TRADIÇÃO HUMAITÁ

“É caracterizada por instrumentos morfologicamente maciços sobre uma massa central (blocos ou seixos), sendo normalmente desprovida de pontas de projétil de pedra”. (Prous, p.156).
Dentro da tradição Humaitá percebeu-se a presença de varias culturas dentre as quais estão à cultura Altoparanaense e o complexo Itaqui.
A cultura Altoparanaense tem como características principais a localização em outros países que fazem fronteira com o Brasil, como: Argentina e Paraguai. A localização e o tempo de habitação no local dar-se a cor do solo, pois se o mesmo estiver mais escuro significa que a população que ali habitou, ficaram por um período longo. Enquanto a alimentação a cultura Altoparanaense estava em um local propicio a coleta de vegetais e a agricultura. “A indústria é nucleiforme, sendo as lascas muito raras, a não ser em poucas exceções ”... (Prous, p.156).
O complexo Itaqui corresponde à cultura Cuareimense, da Argentina, incluindo ai as indústrias do sudoeste gaucho. Temos neste complexo (Itaqui I, II).
Complexo Itaqui I é caracterizado pela indústria feita a partir de seixos, os instrumentos são de grandes dimensões e bem patinados. O sitio arqueológico é encontrado em uma profundidade acentuada.
O complexo Itaqui II é caracterizado por uma indústria que comporta uma porcentagem maior de lascas retocadas retiradas de núcleos de arenito metamorfizado. Quanto a característica do sitio, diferentemente do Itaqui I, o complexo Itaqui II é um sitio mais raso.
Temos ainda varias outras manifestações da tradição Humaitá. No estado do Rio Grande do Sul, a fase Camboatá, nos vales dos rios Antas e Pelotas, os raros sítios pré-cerâmicos formam a fase Antas, temos ainda a fase Canhembora no Rio Grande do Sul e a fase Inajá, cujos sítios ocupam um baixo terraço do Paranapanema.

AS INDÚSTRIAS DE LASCAS SEM PONTAS DE PROJÉTIL

“Um grande número de sítios, particularmente nos estados de São Paulo e Paraná, entra nesta categoria, talvez filiando-se à grande família das culturas de lascas do centro brasileiro. Em alguns sítios, como o Camargo, a mesma indústria é observada em vários níveis estratigráficos e até nos níveis tupiguaranis ceramistas, sendo a única modificação o desaparecimento das pontas de projétil nas camadas médias e superiores”. (Prous, p.165).
Os locais onde foi encontrado tais vestígios são: no Paraná, perto de Rio Claro (SP), perto de Ribeirão Preto (SP).

AS INDÚSTRIAS DO BRASIL CENTRAL
Os abrigos nesta região são todos localizados em abrigos, havendo raras exceções em sítios abertos.
O centro mineiro, Lagoa Santa, Serra do Cipó, Montes Claros. Pode ser definido como arcaico antigo, onde neste período foram utilizadas varias grutas, tanto para sepultamentos quanto para abrigo. A indústria lítica em sua maioria é caracterizada por pequenas lascas de quartzo, com certa quantidade de jaspe e calcedônia.
O médio arcaico é conhecido por conter um grande numero de sítios. A indústria lítica se utilizava do grande numero de quartzo que se encontra na região, mas também era utilizado outros tipos de materiais como: o sílex, jaspe e calcedônia, todos e menor número. Temos ainda neste período a utilização de conchas.
O arcaico recente, onde a indústria lítica baseia-se exclusivamente em lascas de quartzo, cuja debitagem é controlada em certos componentes. Na indústria óssea não contem mais as espátulas do período anterior, a alimentação demonstra uma utilização preferencial dos recursos do cerrado e do cerradão e, secundariamente a água. Nas fogueiras maiores em camadas de ocupação intensiva, a caça tem um papel importantíssimo neste período.
“O período arcaico finalmente aparece como muito complexo e impossível de ser caracterizado ou subdividido claramente. Não existem ‘fósseis-guia’ válidos fora de seqüências muito localizadas. Técnicas como o polimento e a confecção de pontas de projétil bifaciais seriam encontradas desde o início do Holoceno, mas tiveram uma difusão muito irregular, ainda que numa mesma região, coexistindo grupos que as utilizavam ou as dispensavam até o final do período”... (Prous, p.197)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PROUS, Andre. Arqueologia Brasileira.UNB, Ed. 1991
A CIDADE DE INGÁ - PB E SUAS DIVERSAS TEORIAS SOBRE AS GRAVURAS ENCONTRADAS EM SEU TERRITÓRIO

A cidade de Ingá, no agreste paraibano contém um material arqueológico único no mundo, a Pedra do Ingá. Essa pedra que leva o nome da cidade deixa muitos estudiosos com receio, pois até hoje não se sabe a origem concreta das gravuras encontradas na pedra, gravuras essas, em alto relevo e de beleza incomparável.
A Pedra do Ingá, localizada na cidade do Ingá, como já foi mencionado, está localizada na Fazenda da Pedra lavrada, nome esse bastante sugestivo, devido ao material arqueológico encontrado. A pedra onde estão localizadas as figuras mede 03m de altura, por 24m de comprimento e é composto por material denominado gnaisse.
Sendo essa pedra única, intriga os estudiosos e gera diversas teorias sobre o seu aparecimento, ou seja, quem foi, ou foram, o(s) autor (es) de suas gravuras?
A Pedra do Ingá está conceituada na tradição Itacoatiara, o que significa que as gravuras encontradas estão próximas ou dentro de algum rio, mas essa tradição é muito comum na região norte do território brasileiro, por isso a Pedra do Ingá é uma unanimidade na região nordeste, quando se diz que ela é única. As teorias que são divulgadas estão ligadas a extraterrestres, aos fenícios e ao povo nativo da região.
A primeira teoria mencionada, diz que os extraterrestres foram os autores das gravuras da Pedra do Ingá, mas como todos sabem, quando se tem algo de difícil definição é muito simples dar a autoria aos alienígenas, como se prova com teorias cientificas que foram eles quem o fizeram, uma vez que até o momento não se sabe até mesmo da existência deles.
A segunda teoria constatada, diz respeito à autoria dos fenícios. Talvez até pudesse ser, pois os mesmos eram exímios navegadores, como muitos povos da antiguidade, mas a data provável da execução das gravuras é de 6.000 a.c, sendo assim seria impossível dar essa autoria a algum povo do oriente antigo, uma vez que as primeiras civilizações e as primeiras escritas da humanidade são constatadas há + - 4.000 a.c. Caso fosse provado a produção das gravuras na Pedra do Ingá pelos fenícios ou qualquer outro povo da antiguidade, causaria uma revolução na humanidade em relação a invenção da escrita.
A terceira teoria é algo pra analisar bem e no ponto de vista cientifico a mais contundente, sendo esta a que da aos povos nativos a autoria das gravuras.
Quando se diz que os povos nativos foram os responsáveis pela confecção das gravuras, é bastante lógico, pois temos na pedra desenhos que lembram alguns animais da região, constelações, entre outros. E essas imagens só podem ser observadas e gravadas na pedra por algum povo que vivesse no local cotidianamente.
Para poder ter uma analise mais contundente sobre as teorias vistas neste texto e talvez elaborar uma teoria diferente, seria necessário voltar ao local diversas vezes e em diversos horários, para compreender tais gravuras.
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.
Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.
Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.
Exemplos de alguns reis deste período:

Henrique VIII - Dinastia Tudor: governou a Inglaterra no século XVII

Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII

Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.

Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.

Teóricos do Absolutismo
Muitos filósofos desta época desenvolveram teorias e chegaram até mesmo a escrever livros defendendo o poder dos monarcas europeus. Abaixo alguns exemplos:

Jacques Bossuet: para este filósofo francês o rei era o representante de Deus na Terra. Portanto, todos deveriam obedecê-lo sem contestar suas atitudes.

Nicolau Maquiavel: Escreveu um livro, “O Príncipe", onde defendia o poder dos reis. De acordo com as idéias deste livro, o governante poderia fazer qualquer coisa em seu território para conseguir a ordem. De acordo com o pensador, o rei poderia usar até mesmo a violência para atingir seus objetivos. É deste teórico a famosa frase: “Os fins justificam os meios.”.

Thomas Hobbes: Este pensador inglês, autor do livro " O Leviatã ", defendia a idéia de que o rei salvou a civilização da barbárie e, portanto, através de um contrato social, a população deveria ceder ao Estado todos os poderes.

Mercantilismo

Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um rei, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista :

Metalismo: o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.

Industrialização: o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

Protecionismo Alfandegário: os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

Pacto Colonial: as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.

Mercantilismo, teoria econômica que acompanhou o absolutismo na Europa nos séculos XVI e XVII e XVIII. Assim como o absolutismo dava ao monarca poder absoluto por força do Direito Divino (O Rei tinha autoridade promanada de Deus), pela mesma razão cabia-lhe conduzir, com seus ministros, a economia nacional. Foi o economista inglês Adam Smith, no seu Wealth of Nations ("A Riqueza das Nações"), de 1776, que denunciou o procedimento e lhe deu o nome Mercantilismo, que ele passou a combater.

Na teoria mercantilista, a base de sustentação da economia eram os estoques de ouro e prata, o comércio e a indústria. A nação que não tivesse minas, deveria obter aqueles metais preciosos através do comércio. O país devia buscar exportar mais que importar. As colônias deveriam ser mantidas como consumidoras dos produtos da metrópole e ao mesmo tempo fornecedoras de matéria prima para a metrópole. A manufatura era proibida nas colônias, onde todo o comércio era monopólio da metrópole. Para ser forte uma nação deveria ter uma grande população, que constituiria seu mercado interno, além de criar abundância de mão de obra e forças de defesa. A austeridade era fundamental, a fim de que houvesse pouca necessidade de importação, principalmente de artigos de luxo. O povo e o governo deviam poupar e ser parcimoniosos nos gastos.

Os inimigos do mercantilismo argumentavam que não havia diferença entre o comércio interno e o comércio externo, pois todo comércio beneficiava tanto o mercador quanto o consumidor, e condenavam a poupança por retirar recursos do mercado. Negavam que uma nação pudesse crescer economicamente apenas suplantando outras nações através do comércio, porque o comércio somente se manteria em duas vias, de entrada e saída.


O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO

OBJETIVO:

Esta lição visa dar início ao estudo da fase histórica correspondente à idade moderna. Onde houve o progresso de uma nova estrutura socioeconômica que conservava traços da ordem feudal medieval.

PRÉ-REQUISITO:

Ter visto as lições correspondente ao período da idade média.

O ESTADO MODERNO

A idade moderna inicia-se em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos e estende-se até 1789 com o início da revolução francesa.
O século XV marcou uma nova fase do processo histórico da Europa Ocidental. Estruturou-se uma nova ordem sócio-econômica –o capitalismo comercial. Onde a nobreza mantinha as “aparências” de poder por causa das suas terras e títulos. Embora estivessem em dificuldades financeiras, ainda sim queriam se impor segundo as novas regras da economia. Já a burguesia, mesmo com próspero comércio, não conseguia ser a classe dominante junto a aristocracia.
A idade moderna , na verdade pode ser considerada como um período de transição, que valorizou o comércio e a capitalização, que serviam de base para o desenvolvimento do sistema capitalista.

COMO SE FORMOU O ESTADO MODERNO?

A idade moderna foi bem diferente da idade média. Pode-se dizer que suas características foram bem opostas. A idade média foi marcada por:

» regionalismo político- onde os feudos e as comunas tinham autonomia política, causando a fragmentação no sistema administrativo;

» o poder da igreja- que enfatizava e colocava a autoridade do Papa sobre os reinos da época.

No estado moderno desenvolveu-se a noção da soberania, ou seja, a idéia de que o soberano ( governante) tinha o direito de consolidar suas decisões perante seus súditos( ou governados) que morassem no seu território.
Para isso ocorrer, o estado desenvolveu vários meios para controlar a política de seu território. Alguns desses meios foram:

» burocracia: funcionários que cumpriam ordens do rei e desempenhavam as tarefas de administração pública. Estes cargos eram ocupados pela nobreza palaciana e pela alta burguesia.

» Poder militar: incluía toda as forças armadas- marinha, exército e polícia- para assegurar a ordem pública na sociedade e o poder do governo.

» União da justiça- a legislação passou a valer em todo o território nacional.

» Sistema tributário: ou seja, sistema de impostos regulares e obrigatórios para manter o governo e a administração pública.

» Idioma oficial: um mesmo idioma falado em todo território do estado, que transmitia as leis, ordens e tradições da nação , além de valorizar seus costumes e cultura.

O estado moderno também é conhecido como estado absolutista, porque o poder estava concentrado nas mãos de poucos ( reis e ministros) que se aproveitavam das limitações dos grupos sociais dominantes( a nobreza e a burguesia) para controlar a política.
O estado dependia dos impostos arrecadados sobre as atividades comerciais e manufatureiras. Por isso era necessário o estado ter burgueses em cargos do governo, incentivar o lucro , a expansão do mercado e a exploração das colônias.

A BASE DO ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO

A base teórica do absolutismo foi dada por Jacques Bossuet e Thomas Hobbes. Bossuet defendia o direito divino dos reis; seus atos eram superiores ao julgamento dos homens. Já Hobbes justificou o absolutismo , a partir do fato dos homens entrarem em um acordo , onde o poder ficaria como rei e a ordem seria estabelecida.
Essas monarquias regulavam suas economias de acordo com as práticas mercantilistas que tinham por base:

» aumentar a qualquer custo as economias da Coroa;

» vender mais do que comprar;

» incentivar a produção interna, incluindo as colônias, para assim ter uma balança comercial favorável;

» adotar medidas de proteção para as manufaturas e controlar as taxas alfandegárias sobre os produtos importados;

» conquistar colônias e explorar produtos de alto valor comercial na Europa;

» a aliança da burguesia mercantil com os reis em favor dos seus interesses econômicos. Com isso a burguesia conseguiu até mesmo formar um exército forte.

Nesse período , teve um estado interventor, que atuava em todos os setores da vida nacional. Na economia, essa intervenção manifestou-se através do mercantilismo.

O MERCANTILISMO

Mercantilismo foi o conjunto de teorias e práticas de intervenção econômica. Era um sistema complexo e envolvia teorias exatas sobre produção manufatureira, utilização da terra e do poder do estado. Pode-se dizer que era uma política de controle e incentivo, onde o estado buscava garantir o seu desenvolvimento comercial e financeiro e também o seu poder.
Sua base principal foi o metalismo, ou seja, a riqueza e o poder de um estado de acordo com os metais preciosos acumulados; a balança comercial favorável, exportar mais do que importar; e para diminuir a importação. Com esses princípios foram aplicados?
Um exemplo, na Espanha, o estado investiu em metais preciosos, através da exploração colonial americana e para por restrições as importações, priorizou o metalismo.

Mercantilismo nos séculos XVI-XVIII

Na França, principalmente no século XVII, o governo tentou diminuir as importações e aumentar o valor das exportações, por estimular as manufaturas, em especial àquelas voltadas para a produção de artigos de luxo e para esse objetivo, tendo a criação de diversas companhias de comércio. Seu maior defensor – o ministro de Luis XIV, Colbert, por isso na França o mercantilismo foi chamado de colbertismo,e também de industrialismo, visto que essa política econômica dava prioridade as industrias. Além de ter incentivos para a construção naval, com tudo isso a França conseguiu conquistar o mercado externo.
Na Inglaterra, o governo favoreceu o desenvolvimento naval para a exportação para a exploração do comércio externo. Também incentivou a produção manufatureira e protegendo-a da concorrência através de uma forte política alfandegária. houve várias medidas de proteção ao comércio marítimo. Um exemplo: foi a criação de leis contra o transporte de produtos da metrópole e das colônias inglesas por navios estrangeiros. Esta lei evitava gastos com fretes para navios estrangeiros e impedia a evasão de moedas para o exterior, deixando o lucro do comércio no país.
Estes foram os atos de navegação, que serviram para o desenvolvimento comercial inglês.
No século XVI Portugal e Espanha tomaram a liderança nas mudanças econômicas na Europa. Também tomaram a frente na expansão ultramarina, logo acabaram sendo os primeiros a se beneficiar das riquezas das terras descobertas.
A Espanha foi a mais beneficiada, pois teve suas colônias de exploração eram metais preciosos.
Pacto colonial: sistema que consistia na passagem obrigatória pela metrópole dos produtos que entravam ou saíam da colônia. Todos os produtos manufaturados da metrópole deviam produzir de acordo com as exigências do mercado , para garantir lucros à coroa e a burguesia.
A Espanha logo enriqueceu, por causa do acúmulo de metais preciosos. Mas o excesso desses metais gerou à longo prazo, problemas para a economia espanhola.
Porque isso fez com que diminuísse as atividades agrícolas fazendo a Espanha depender das importações. Esse problema espalhou-se por outros países europeus.
Esta crise favoreceu os países produtores ( França, Holanda e Inglaterra), pois estes países se voltaram para o comércio e para a produção como meio de entesouramento.

A RELAÇÃO : ECONOMIA E POLÍTICA NO MERCANTILISMO

O comércio permitiu ao governo manter e sustentar novas necessidades. Como: os exércitos a serviço do rei. Visto que o exército era importante para a defesa do estado nacional, a extensão política do mercantilismo econômico.Essa relação- rei e burguesia- tinha suas vantagens. O rei controlava o recolhimento de impostos , que tinha uma parte reservada para o exército. A burguesia recebia a proteção militar e política para continuar com projetos econômicos
RESENHA SOBRE:

TEORIAS DO CONDICIONAMENTO:
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

O condicionamento clássico criado por Ivan Pavlov tem como base a reação inata, ou seja, o sujeito sofrerá um condicionamento quando estimulado. Exemplo: Pavlov condicionou seu cachorro a salivar sempre que tocasse algum tipo de campanhinha ou ascendesse algum tipo de lâmpada, pois esse condicionamento já possui uma resposta estabelecida através do estimulo anterior.
O condicionamento instrumental influi nas questões de um comportamento perante o objetivo.
Temos algumas diferenças entre o condicionamento clássico e o condicionamento instrumental.
A) Classe de resposta: no condicionamento clássico a resposta será a mesma, seja ela para a resposta condicionada, ou não. Diferentemente ocorre no condicionamento instrumental, onde o resultado final, ou seja, a resposta incondicionada será diferente da resposta condicionada.
B) Relações contingentes entre estímulos condicionados e incondicionados: no condicionamento clássico o reforço esta sob o poder do experimentador, enquanto no condicionamento instrumental o reforço encontra-se no próprio organismo que desenvolve o comportamento.
Quando fala-se em princípios do condicionamento, tanto pode ser para o clássico quanto para o instrumental, pois ambos são bastante semelhantes neste quesito. E são abordados alguns pontos importantes como:
1. Principio da generalização – quando é utilizada uma experiência com algum animal, e este seja levado a um tipo de condicionamento, temos como exemplo o cão de Pavlov, esse animal ao perceber o tocar da campainha, vai associá-lo ao alimento, mas será que qualquer campainha que tocar ele vai pensar na comida e salivar? Esse é o principio da generalização. “...; Continuidade entre o condicionamento e outras formas de comportamento: a semelhança de estímulos, a complexidade do padrão de estímulos e a freqüência da prática influem no grau de generalização, indicando a continuidade entre o condicionamento no grau de generalização, indicando a continuidade entre o condicionamento e outras formas de comportamento.” (DINAH MARTINS, p.181-182).
2. Princípio do reforço: este principio influi no grau de condicionamento original.
3. Principio da discriminação condicionada: ocorre quando o sujeito é estimulado e condicionado a tal processo, quando ver outro diferente vai ter o repudio, e vai ignorá-lo.
4. Principio da extinção: é algo interessantíssimo, já que retrata uma condição sobre outra condição, exemplo: quando o cão de Pavlov foi condicionado a comer o alimento todas as vezes que a campainha era tocada e a partir do momento em que esse alimento não é posto mesmo a campainha sendo tocada, o cão vai extinguir esse mecanismo, então ele estará condicionado a rejeitar a campainha, mas é preciso estar atento aos aspectos da extinção que são: velocidade da extinção, efeitos secundários e utilidade da extinção.
5. Principio da recuperação: quando se coloca os princípios da extinção é necessário lembrar que o principio da recuperação vem para aflorar o condicionamento esquecido, exemplo: quando o cão de Pavlov foi condicionado a salivar todas as vezes em que ouvia a campainha e este mecanismo foi alterado, numa tentativa futura com a campainha o cão recuperara a memória e associara o som novamente ao alimento.
“A reação condicionada é mais flexível e mais voluntaria do que o reflexo condicionado; mas apesar disso, há pouca diferença entre ambos, em seu processamento.” (DINAH MARTINS, p.184).
Existem quatro tipos de condições para que se processe a aprendizagem por condicionamento:
1. “Existência de respostas incondicionadas naturais do organismo ou respostas condicionadas muito bem estabelecidas.” (DINAH MARTINS, p.184).
2. “Repetição da reação ou duração no tempo, a fim de permitir que os fatores efetivos operem.” (DINAH MARTINS, p.184).
3. “Recentividade, isto é, o espaço de tempo separando os dois estímulos ou respostas, a serem ligados, não deve ser tão grande, para que a associação não se espalhe ou irradie.” (DINAH MARTINS, p.184).
4. “Motivação e predisposição para a realização, como na experiência clássica de Pavlov em que o cão está faminto e há comida à vista.” (DINAH MARTINS, p.184).

Os tipos de respostas condicionadas estão divididos em duas:
1 – Segundo a padronização temporal, este dividido nos tipos:
a) Simultânea, onde os estímulos são apresentados juntos, seja eles artificiais ou naturais.
b) Retardada, ocorre quando o estimulo artificial precede o natural de cinco segundos.
c) condicionamento de traços dá-se quando em um experimento artificial antecede o natural, e logo em seguida interrompe para iniciar o estimulo natural, e então irá percebe-se os traços do estimulo artificial.
d) condicionamento invertido, o próprio nome já informa, pois se trata de uma inversão do que ocorre com o condicionamento de traços, só que neste o estimulo é iniciado pelo estimulo natural e interrompido antes do estimulo artificial.
2 – Segundo o número de condicionamento, esta resposta condiz com o número de condicionamento que o sujeito esta sendo exposto como explica em relação ao cão de Pavlov. Se o cão estiver exposto à luz e sendo estimulado e depois juntamente a luz soar uma campainha, o cão irá associar a lâmpada e a campainha e com novas tentativas poderá deixar a lâmpada e o cão passara a ser estimulado somente com a campainha.
Pavlov criou quatro leis que dizem como respeito ao seu pensamento sobre o condicionamento, que são apresentadas da seguinte forma: determinado, estimulo natural ou incondicionado, determinado estimulo neutro ou inespecífico que se tornou eficaz e ativo por condicionamento, determinado estimulo que provoque resposta especifica, determinado estimulo condicionado desde que atue seguidamente por algum tempo.
Falamos nas paginas anteriores sobre o condicionamento clássico e instrumental, estes condicionamentos podem levar a um sujeito seguir certo padrão desejado por alguém, vejamos um exemplo colocado no texto de Dinah Martins, “uma criança, por exemplo, vê o aquecedor e ouve alguém dizer ou , ao mesmo tempo em que toca no aquecedor e retira a Mao rapidamente, para evitar a queimadura”. Este trecho relata muito bem o condicionamento, mas sabemos que a criança não irá colocar mais a mão a não ser que o aquecedor esteja desligado, pois é racional o suficiente para entender que o calor queima, e não é só o aquecedor que a criança vai aprender a não tocá-lo, quando estiver ligado, mas irá evitar todas as coisas que lhe traga algum malefício. As leis de condicionamento seja este clássico, Pavlov, ou operante, Skinner, podem funcionar por algum instante nos animais irracionais, mas nos seres humanos é algo variável, uma vez que, o ser humano é um ser pensante e deriva de opinião e irá raciocinar sobre determinado fato. Tiramos como exemplo o cão de Pavlov, se no lugar fosse colocado um homem de 25 anos, e fosse lhe dado comida tocando o sino, ele iria associá-lo a hora de comer, como ocorre com diversas empresas na hora do almoço, mas a diferença do homem para o cão é que o homem já esta esperando a camainha ser tocada e sabe que ela será tocada, diferentemente do cão.
Então para concluir, o condicionamento pode ser aplicado em alguns lugares, como forma de inicialização de uma aprendizagem, mas nunca deve ser substituído pelo raciocínio, pois o ser humano deve pensar e pensar.
UM BREVE DISCURSO SOBRE OS SÍTIOS ARQUEOLOGICOS EM SERGIPE

Em Sergipe os sítios arqueológicos protegidos por alguma instituição competente (Petrobras, Chesf, Ifhan, etc), estão bem assegurados, mas existem milhares de sítios arqueológicos em nossa terra esperando para serem postos ao conhecimento da população pelo intermédio dos cientistas responsáveis por essa área.
Para que um arqueólogo possa trabalhar em prol da população é necessária a boa vontade dos governantes, uma vez que é o estado o responsável pela destruição de vários sítios arqueológicos, pois para se fazer uma construção em grande escala é preciso um salvamento arqueológico, fato esse que raramente é feito. Em nosso estado o mais conhecido projeto de salvamento foi o da construção da hidrelétrica de Xingó, onde proporcionou um grande avanço em nossa história, sendo que foi através desta obra que teve como etapa inicial o salvamento arqueológico e o ponta-pé inicial para a construção do MAX – Museu Arqueológico de Xingó.
Temos em nosso estado grandes áreas com qualidade invejável para a arqueologia, como é o caso de Laranjeiras e São Cristovão, ambas são cidades históricas, mas pouco foi feito quando o assunto é salvamento arqueológico.
Esse não é um adjetivo exclusivo do sergipano, desprezar sua origem e sua história, o brasileiro em si já o despreza. Como o Brasil quer se desenvolver se não desenvolve intelectualmente, impossível.
Na Europa tamanha capacidade, em termos turísticos, seria muito bem aproveitado, pois temos como exemplo uma pequena cidade na Espanha, que reuniu replicas de achados arqueológicos na Europa e construiu um museu na cidade, resultado, essa cidade é uma das mais visitadas da Espanha sem mesmo ter o material original, e nós aqui em Sergipe – Brasil temos um potencial invejável e o que fazemos, descartamos, jogamos fora, viramos a cara, e isso é jogar o seu passado no lixo e queimá-lo.
Quando se fala em potencial elevado, é porque realmente temos tal desempenho, vejamos algumas possíveis áreas, que hoje estão abandonadas e que poderiam se torna grandes centros de turismo em nosso estado e assim trazendo desenvolvimento econômico, intelectual e cultural, para todos:
Trapiche – Laranjeiras (está encaminhado, graças a UFS)
Margens do rio Sergipe – Serra do Machado em Moita Bonita
Igrejas as margens das rodovias estaduais e federais em nosso estado
Entre outros locais.
Percebe alguns locais, se estes se desenvolvessem traria para as localidades em particular um novo horizonte de bem estar e conhecimento.
DERTEMINACIÓN DE PROCESOS DE FRACTURA SOBRE HUESOS FRESCOS: UN SISTEMA DE ANÁLISIS DE LOS ÁNGULOS DE LOS PLANOS DE FRACTURACIÓN COMO DISCRIMINADOR DE AGENTES BIÓTICOS. (TÍTULO DO TEXTO, ABAIXO ESTÁ A RESENHA).

Esse texto trata-se de um estudo sobre ossos fraturados e fragmentados, tendo como titulo o já mencionado acima. Texto este produzido por diversos autores, onde esses tratam o assunto com minuciosa observação e perfeita analise e conclusão sobre o estudo.
Os ossos quando fraturados podem ser analisados por diversos ângulos e perspectivas, sendo observados, desde o ângulo do impacto até mesmo o causador da fratura.
Quando a fratura ou o fragmento do osso é estudado, é necessário analisar se o osso é seco ou fresco, pois este detalhe influência diretamente na conclusão do estudo. Sendo o osso seco, a fratura ou fragmento será mais intenso, pois neste tipo de osso não há elasticidade, contudo fica em evidencia a sua maior fragilidade. Com uma projeção totalmente diferente, os ossos frescos podem até mesmo dobrar, dependendo da circunstância. Por ser fresco esse tipo de osso mostra em sua superfície o colágeno que é responsável pela flexibilidade e resistência.
As fraturas ou fragmentos podem ser causados por três tipos de agentes: antrópico, carnívoro ou biológico. Cada tipo desses agentes deixa uma marca característica própria, sendo percebidas por especialistas e estudos feitos com o material estudado.
As características deixadas pelo agente antrópico (homem) são percebidas através de uma abordagem mais “cuidadosa”, com relação ao osso, uma vez que, a partir do momento em que o homem sai pra caçar, ira deixar marcas de sua investida em busca do alimento e nesse cenário será analisado todo um processo de cultura em meio a sociedade estudada. Um osso tocado pelo homem pode trazer informações interessantes do ponto de vista, tanto arqueológico, quanto histórico e porque não ambiental.
Essa fratura ou fragmento, quando analisada e dita que foi feita pelo homem, surge uma imensidão de hipóteses. Cada uma dessas hipóteses possíveis é analisada e comparada as características da sociedade que o osso esta inserido. Essa contextualização do osso é necessária para identificar diversos graus de complexidade em uma única população. Cada osso pode identificar o grau de importância social dentro do grupo, se alguns tinham privilégios diante de outros? Qual a parte preferida daquele bando? Os descarne ocorria dentro do aldeamento, ou fora dele? Se o osso era utilizado em rituais religiosos? O osso era utilizado para confecções de utensílio do dia a dia, como agulhas, e até mesmo armas? São diversas interrogações, que um estudo apurado do osso pode responder claro que será necessário colocá-lo, em um contexto, pois se estiver fora deste, as informações dificilmente servirá para algo.
Os agentes carnívoros (animais irracionais), deixam suas marcas de uma forma mais irregular do que as deixadas pelos agentes antrópicos. Os carnívoros quando partem pra caça procuram sempre atacar o ponto fraco de sua presa. Esse ataque ocorre principalmente na região do pescoço. Quando o carnívoro está satisfeito, sai e deixa os restos alimentares no local, e se esse local for utilizado também pelo homem, é possível analisar se foi o homem, ou algum animal que produziu as fraturas ou fragmento nos ossos. Isso ocorre muito em sítios onde os homens eram carniceiros, ou seja, se aproveitavam dos restos de outros animais, e o osso fica com a marca dos dois agentes.
O terceiro agente é o meio ambiente (biológico), pois uma planta pode muito bem quebrar um osso. Isso irá depender muito do cotidiano dos animais e das condições climáticas.
Exposto os agentes causadores das fraturas e dos fragmentos, cabe-se necessário colocar os tipos de fratura, ou seja, a posição que estes foram feitos, e o tipo de impacto sofrido pelo osso.
Os dois impactos gerais e principais sofridos pelo osso são: impacto por pressão e por percussão.
Impacto por pressão é causado geralmente pelos carnívoros e é apresentado quando o animal caçado (presa) sofre principalmente uma mordida do caçador, esse ato de morder feito pelo caçador, implicara em uma característica comum, pois todos os ossos quando sofrem esse tipo de impacto deixam características claras.
O impacto conhecido como percussão, é causado pelo agente antrópico. Ele utiliza-se um tipo de ferramenta para poder derrubar a presa, seria em um linguajar mais popular, esse caçador antrópico daria uma pancada no animal para derrubá-lo.
Pressão tem como uma característica a mordida e a percussão a pancada sobre o animal. O interessante, e então agora volta a questão da contextualização, se um animal (caçador), abate sua presa, alimenta-se ali mesmo no local de abate, quando estiver satisfeito vai embora, deixando pra trás os restos alimentares, o homem carniceiro vem e aproveita-se dos restos e come, a partir daquele momento serão observados dois tipos de agentes causadores da fratura ou de fragmento no osso e talvez dois tipos de impacto para a obtenção da carne, o impacto por pressão e por percussão.
Cada osso seja ele seco ou fresco sofrera um impacto diferente e também ira depender muito da força utilizada tanto pelo homem quanto pelo carnívoro. O texto trás ainda gráficos que mostram com mais nitidez o impactos que os agentes causam ao osso. Os cortes, ou seja, os impactos nos ossos seja este seco ou fresco, em animais de grande porte ou de animais de porte pequeno, podem ter três tipos de características: longitudinais, quando o osso é atingido de uma forma reta e rente ao osso, sendo essa fratura aponta de uma extremidade a outra, e não necessariamente deva atingir os extremos, mas deve seguir essa linha; transversal, o osso será atingido de forma que o impacto passe pela circunferência, não necessariamente divida o osso ao meio, mas sim tenha esse sentido transversal; obliquo, o osso sofrera um impacto em diagonal. Cada impacto trará consigo uma identidade única.
Sendo dessa forma o osso quando esta, fragmentado ou fraturado, deve-se colocá-lo em um contexto para poder analisá-lo e dizer o que causou tal processo, se foram os carnívoros ou os seres humanos.
O SURGIMENTO DO ENSINO SUPERIOR EM SERGIPE DESDE AS PRIMEIRAS CADEIRAS ATÉ A CRIAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE.

Carlos Alberto Gois, Licenciado em história pela Universidade Tiradentes em 2007/2, cursando Arqueologia Bacharelado pela Universidade Federal de Sergipe.

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo principal demonstrar o surgimento do ensino superior em Sergipe, até as datas festivas de inauguração da Universidade Federal de Sergipe. É nesse âmbito que fica assim disposto todo o histórico educacional tanto do nosso estado quanto do Brasil. Este artigo foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas, revistas, livros, pesquisas em sites da web, todas citadas nas referencias. O artigo trás em seu desenvolvimento os fatos mais importantes referentes à educação no Brasil em suas três fases, colonial, imperial (regencial) e república. Mas tem como ponto principal mencionar a educação em Sergipe, principalmente o nível superior, discorrendo os fatos desde as primeiras cadeiras, em São Cristóvão, até o surgimento da UFS.

Palavras-chave: Ensino superior. Educação. Sergipe. Universidade.

1 – INTRODUÇÃO

A educação brasileira sempre foi deixada em segundo plano pelos seus governantes. No inicio da colonização quem se responsabilizou pelo ensino foram os jesuítas, claro que este ensino, visava principalmente o ensinamento religioso, mas foi algo que se devem tirar bons frutos. Esse ensino religioso tem uma explicação, pois nos séculos XV e XVI a Europa vivia grandes conflitos, tanto financeiro, ligado as grandes navegações e as novas rotas para as Índias Orientais, quanto cultural, esta atrelada a diversos fatores como: o renascimento cultural; a revolução cientifica e principalmente a reforma protestante.
Com a reforma protestante iniciada por Martinho Lutero em 1517, e o desligamento de muitos reinos Europeus com o catolicismo, a igreja viu-se “num beco sem saída”, pois necessitava tanto dos impostos pagos pelos reinos quanto dos dízimos que os fieis pagavam. A igreja tinha plenos poderes sobre tudo na Europa, principalmente na idade medieval e não queria perder tudo da noite pro dia, e analisando as possíveis brechas deixadas pelas reformas, a igreja ataca com a contra reforma, fato este que ira influenciar definitivamente no berço da educação brasileira.
Como foi dito no começo, a educação brasileira teve nos seus primórdios como docentes os jesuítas, isso porque a igreja em um dos seus pontos da contra reforma enviou os padres jesuítas com as caravelas que saiam da Europa para os países do novo mundo, este descoberto por Cristovam Colombo em 1498, por isso chamado de novo mundo, faz um paralelo a Europa que seria a assim chamada de velho mundo. O novo mundo ou America continha em seu território povos que educavam seus descendentes com extrema peculiaridade, uma vez que, eram ensinados para os jovens os caminhos que eles iriam seguir em sua caminhada, religiosa ou social. Mas com o pacto da igreja com os dois “países”, Espanha e Portugal, pois somente eles ainda permaneciam do lado do catolicismo e na época eram os dois países mais importantes do mundo, eles levaram os padres jesuítas para as terras recém descobertas causando assim um impacto cultural gigantesco, visto até os nossos dias, pois não é a toa que a America Latina, é aonde esta concentrada o maior número de católicos no mundo inteiro, a igreja veio fez e fez bem feito, destruiu quase que por completo as culturas pré-colombianas.
Com isso, não só o Brasil, mas todos os países conquistados por portugueses e espanhóis, no novo mundo tiveram em suas raízes educacionais a influencia maciça da igreja católica.
Logo após os jesuítas a educação se viu de mal a pior, com o “rompimento” educacional religioso imposto pelo Marques de Pombal, ele propôs um novo método de ensino conhecido como “aulas régias”. Esse modelo de ensino tinha por objetivo à melhoria da educação, mas o que se viu foi uma educação destinada apenas para uma minoria, ou seja, para os detentores do capital e do poder brasileiro. As aulas régias eram financiadas pelo rei português através dos impostos cobrados principalmente da carne bovina e do vinho, esse imposto ficou conhecido como um “subsidio literário”.
A educação teve uma melhora pouco significativa com a vinda da família real para o Brasil. Esses fugindo das incursões de Napoleão Bonaparte na Europa. A partir daí, foram criadas faculdades de direito e de medicina, entre outras. Cabe lembrar que, com a vinda da família real ao Brasil iniciam-se as bases para a criação de uma universidade nos moldes modernos, disponibilizando ensino, pesquisa e extensão, isso só ocorreria 124 anos depois, em 1932 com a criação da USP – Universidade de São Paulo. Mas mesmo com a vinda da família real e um inicio de ensino superior, o que mais chama a atenção é que em relação aos nossos vizinhos o Brasil foi o ultimo a criar um ensino superior em seu território, temos os casos da America espanhola e a America inglesa que desenvolveram suas universidades ainda na fase colonial de suas histórias.
Hoje vivenciamos a expansão das universidades tanto publicas quanto particular, mas nem sempre foi assim, em Sergipe, por exemplo, tivemos por tantas vezes pedida pelo presidente da província e negada pelos órgãos competentes, à instalação de cadeiras para o ensino de filosofia, retórica, lógica e geometria. Por vezes essas cadeiras só viriam a surgir em 1833, sendo a primeira cadeira em São Cristovão. A partir desse momento Sergipe entra num rol até então muito questionado e exigido perante aos governos, que era o de ter em seu berço um ensino em nível “superior”.
Sergipe antes de conseguir essas cadeiras e até mesmo depois de conquistá-las ainda assim era conhecida como o lugar, onde seus filhos mais ilustres conseguiam projeção intelectual de fora para dentro do estado, pois os melhores cursos estavam em outros centros, como por exemplo, Recife, Rio de janeiro, Salvador. Com este pontapé, Sergipe viria a se desenvolver intelectualmente, mas até chegar a um patamar considerável muitas foram as melhoras e as vitorias conquistadas pelo corpo intelectual sergipense, e talvez a maior vitória viesse em 1968 com a criação da Universidade Federal de Sergipe, que surgiu a partir de um decreto disposto na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1961.

2 – DESENVOLVIMENTO

2.1 – O inicio da educação no Brasil Colonial.

Brasil 22 de abril de 1500, a esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral desembarca em nosso país. Com eles vem uma infinidade de mudanças para os povos que aqui habitavam. A vida, os costumes, as crenças, enfim o cotidiano em geral dos nativos brasileiros havia chegado ao fim. A partir daquele momento seriam ensinados novos costumes, ou seja, uma cultura totalmente diferente seria implantada nas mentes dos nossos índios.
Após o descobrimento, Portugal deixou as terras do novo mundo “abandonadas”, e após algumas investidas por parte de franceses e holandeses nas novas terras, Portugal resolve tomar posse definitivamente do seu território antes que seus inimigos assim o fizessem. Com isso a igreja católica envia juntamente com a esquadra portuguesa os padres jesuítas para discorrer os ensinamentos católicos aos povos do novo mundo. Os padres jesuítas surgem como uma resposta à reforma protestante ocorrido na Europa no século XVI, esse processo ficou conhecido como contra reforma. A intenção da igreja com a criação desta ordem era o de conquistar novos adeptos, uma vez que eles haviam perdido milhares na Europa, esse projeto foi tão bem sucedido no novo mundo, que hoje a América Latina é o local onde está concentrado o maior número de católicos no mundo.
A ordem dos jesuítas foi criada por Inácio de Loyola e canonizada pelo papa Paulo III onde passam a ter a função de educadores e por que não de soldados militares da igreja. Após a publicação em 27 de setembro de 1540 de uma bula, esta chamada de “bula regimini militantis ecclesiae”, ficou confirmado tanto a criação quanto a canonização da ordem.
Os jesuítas chegam ao Brasil em 1549, sendo o primeiro provincial o padre Manoel da Nóbrega, conselheiro de Mem de Sá (terceiro governador geral do Brasil). Tendo um grande obstáculo, a língua, os padres jesuítas tiveram que aprender o dialeto disposto na colônia para poder transmitir os seus evangelhos e seus ensinamentos.

Para pregar o evangelho aos índios, os jesuítas procuraram aprender o tupi-guarani. Como o idioma não era uniforme, eles o padronizaram, eliminando dialetos. Essa versão do tupi recebeu o nome de Nheengatu (língua boa, ou língua geral). Em 1555, o padre José de Anchieta chegou a escrever uma gramática tupi. A língua geral predominou até o século XVIII no sul do Brasil, onde o português era pouco falado. (SERIACOPI & SERIACOPI, 2005, p. 195).

Com tantas dificuldades os jesuítas ainda enfrentaram a resistência dos nativos mais velhos que rejeitavam as idéias impostas. Para conseguir entrar nas aldeias os padres usaram as crianças como um caminho mais fácil, estas eram atraídas principalmente através das musicas que os jesuítas criaram como forma de incentivo, estas musicas declamavam orações, trechos da bíblia, os mandamentos cristãos, entre outras frases pregadas pela igreja.
Com o passar do tempo ficou percebido que as atitudes dos jesuítas não estavam dando resultado, pois o método utilizado por eles era ineficaz, uma vez que, saiam de aldeia em aldeia pregando e não se fixavam junto aos índios. Foi a partir daí que Manoel da Nóbrega, teve a idéia de criar os aldeamentos, onde os jesuítas não sairiam mais de aldeia em aldeia e sim reuniriam grupos em um mesmo local. Esses aldeamentos começaram a trazer problemas para os jesuítas, sendo que ali se reuniam nativos de varias tribos e muitos eram inimigos seculares. Esses aldeamentos também fizeram com que os jesuítas aprendessem os conhecimentos milenares dos índios, quando se diz respeito à saúde, muitos foram os remédios e curas que foram ensinados aos padres e estes passaram todo o conhecimento adquirido para a Europa.
Converter os índios ao cristianismo não era a única preocupação, tinha também os filhos dos nobres que aqui habitavam e necessitavam de educação. Por esse motivo foram criados diversas escolas e colégios, no século XVIII, havia dezenove colégios jesuítas na colônia espalhados pelos principais pontos.

Um desses colégios foi construído no planalto de Piratininga, na capitania de São Vicente, sob a liderança do padre Manoel da Nóbrega. Fundado no dia 25 de janeiro de 1554, em torno dele se formou o povoado São Paulo de Piratininga, que em 1560 foi elevado à condição de vila. (SERIACOPI & SERIACOPI, 2005, p. 195).

Os colonizadores viam nos índios uma grande mão-de-obra escrava para o cultivo da cana-de-açúcar e também na criação do gado, este introduzido pelos colonizadores, sendo que tanto o gado quanto o cavalo, foram trazidos da Europa para o novo mundo, pois em terras brasileiras o maior animal conhecido era o javali. Com esta visão portuguesa diante dos nativos, os jesuítas viram os seus planos caírem por água abaixo, pois se os índios tivessem que trabalhar o dia todo não teria tempo, nem animo para escutar as pregações. Foi a partir deste momento que os portugueses começaram a trazer para o Brasil a mão-de-obra africana, estes vinham em navios chamados de negreiros, muitos morriam na travessia do atlântico e quando aqui chegavam eram vendidos como mercadorias. Os jesuítas se opunham contra a escravidão dos índios, mas a dos negros não, pois não consideravam os negros como seres humanos e capazes de compreender os ensinamentos cristãos.
Depois de 210 anos de “domínio” jesuíta sobre os índios, o Marquês de Pombal expulsou-os do território brasileiro e a partir desse momento a educação brasileira viu-se ruir. Claro que quando os jesuítas comandavam não era de boa qualidade, mas a partir do Marquês tudo piorou. Os jesuítas expulsos, muitos foram levados para Lisboa, e sofreram com a inquisição, pois eram considerados traidores, outros conseguiram abrigo em antigas casas romanas, estas cedidas pelo Papa Clemente XIII, e a ordem só viria surgir novamente no Brasil em 1843, com o papa Pio VII, mas os jesuítas jamais teriam novamente a autonomia diante da educação dos nativos e dos filhos dos nobres e burgueses brasileiros.

Uma Terra Sem Males A Cruz Missioneira é um símbolo místico da presença dos jesuítas entre os povos indígenas da América do Sul. Representa a força do Cristianismo, é um símbolo do bem contra o mal, a sua forma de dois “braços” significa a fé redobrada. Ao adquiri-la deve-se fazer um pedido íntimo em segredo, a Deus, e usá-la como protetor espiritual para si mesmo ou no lar junto à família. (www.arte-missioneira.blogspot.com) acessado em 12/11/2008.


2.2 – A Educação em Sergipe desde o seu processo inicial até o surgimento da universidade federal.

Para entender a educação em Sergipe, é necessário voltar ao inicio da colonização portuguesa no Brasil. Após ser colonizado, no Brasil foi pensado e implantado pelos portugueses a monocultura da cana-de-açúcar, uma atividade que dependia muita da força física dos trabalhadores. Como Sergipe era território baiano na época, ficou destinada ao “estado”, a criação de gado, este serviria para sustentar a província da Bahia de diversas formas, tanto na moenda, no transporte da cana-de-açúcar dos canaviais até os galpões, até mesmo na alimentação das pessoas envolvidas com o engenho. A criação de gado foi à base para a organização da economia e da sociedade sergipana.

Mantendo-se até a primeira metade do século XVIII como atividade mais importante da economia sergipana, a pecuária local, a partir de então além de abastecer de gado as regiões vizinhas, passou também a fornecer animais aos engenhos que foram surgindo em Sergipe, além de abastecer os núcleos urbanos que iam crescendo, tais como Santo Amaro, Estância, Laranjeiras, Propriá e São Cristóvão, onde estava instalada a Capital. (SANTOS & OLIVA, 1998, p. 33).

Sergipe não fugia as características educacionais do resto da colônia, tendo nos padres católicos, os principais professores.

Na sociedade sergipana do final do século XVIII, a educação estava limitada aos ensinamentos que eram oferecidos a poucas pessoas por frades de diversas ordens religiosas. Isto se dava através das aulas de primeiras letras e gramática latina que funcionavam na capital e na sedes de algumas vilas. Na zona rural os proprietários iniciavam a pratica de contratar professores para darem aulas particulares aos filhos, procedimento reproduzido em maior escala nos engenhos durante o século XIX. (SANTOS & OLIVA, 1998, p. 47).

Com o passar dos anos Sergipe vislumbrava o desmembramento da Bahia, tornando-se assim independente. E finalmente em 1820 aos 08 de julho a carta chamada de Carta-Régia foi concedida pelo rei de Portugal D. João VI, onde esta designava a independência do estado, isto se daria como parte das mudanças que o rei causara no território brasileiro com a vinda da família real de Portugal para o Brasil. Mas os baianos não aceitaram e invadiram Sergipe em 1821 e o governador da nova província, Carlos César Burlamaqui, foi levado preso para Salvador. Sendo assim necessário uma intervenção do imperador D. Pedro I, que invadiu a Bahia pelas fronteiras Sergipanas e expulsaram da Bahia todos que eram contra a emancipação de Sergipe bem como também havia focos de resistência perante a independência do Brasil diante de Portugal.
A partir daquele momento Sergipe viveria novos ares e uma perspectiva melhor quanto ao futuro de sua população, pois agora as decisões seriam tomadas dentro da província para a província, e é a partir desse momento que Sergipe começa a pensar grande em relação ao ensino educacional, mas mesmo assim o censo de 1890, o primeiro censo após a proclamação da republica ocorrida em 15 de novembro de 1889, informava que no estado sergipano 89% da população eram analfabetas.

(Imagem extraída do livro de Lenalda Andrade Santos & Terezinha Alves Oliva, “Para Conhecer a História de Sergipe”, p. 57).
Com a emancipação Sergipe começou a surgir no cenário intelectual, mesmo dentro do estado não tendo faculdades, os nossos intelectuais saíram para os principais centros do país, como Recife, Salvador, Rio de Janeiro e até mesmo para fora do Brasil. Mas Sergipe ainda no século XIX, fazia pedidos ao imperador para a implantação de cadeiras de nível superior em nosso “estado”. Com tantos problemas na área educacional não desestimularam Monsenhor Silveira a fundar a imprensa sergipana e o primeiro jornal a circular no “estado”, foi o Recopilador Sergipano, este surgiu no município de Estância.
No fim do império e inicio da republica no Brasil, surge em Sergipe colégios e escolas que mudaria o cenário do ensino em Sergipe. O Atheneu, tradicional colégio publico sergipano, a escola normal destinado ao publico feminino, ambos representaram um grande avanço, nesse segmento.
O número de vagas foi ampliado no inicio do século XX, com a ampliação do Atheneu e da escola normal e a criação de diversas entidades particulares.

A demanda foi sendo atendida com a abertura de novas instituições particulares em Aracaju: Nossa Senhora de Lourdes (1903), Grêmio Escolar (1906), Salesiano (1911), Tobias Barreto (1909) e Instituto América (1920). No interior, pelo menos duas congregações de religiosas criaram colégios exclusivos para meninas do curso primário: O Nossa Senhora das Graças em Propriá (1915) e o Imaculada Conceição em Capela (1929). Na capital foi de grande importância o aparecimento de estabelecimentos voltados para o ensino profissional, fornecendo alternativas para os jovens de menor poder aquisitivo: Escola de Aprendizagem Artífices (1911), Liceu Profissional Coelho e Campos (1923), Instituto de Química (1923), Escola de Comércio Conselheiro Orlando (1926). (DANTAS, 2004, p. 58).

A educação em Sergipe ganhava cada vez mais com o surgimento de escola e colégios e ainda com a criação de entidades onde os intelectuais se encontravam para discutir suas idéias, dentre as principais entidades criadas está o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe em 1912. O instituto histórico já existira em outras localidades do território nacional e em Sergipe foi um marcou, pois a partir dali os intelectuais começaram a se reunir formalmente para poderem discutir sobre diversos assuntos e contribuindo também com a publicação de diversos periódicos e revistas. Além do instituto histórico, outro marco da nossa sociedade foi a criação da Biblioteca Pública em 1913/14, esta trouxe para o cenário intelectual algo que até então era restrito a poucos, um local onde era possível escutar recito de falas, recitais e conferencias para um publico mais diversificado.
Sergipe começara há vivenciar outros tempos com a implantação de cursos superiores, claro sem muito sucesso, mas tendo um inicio e este que daria suporte para o surgimento da Universidade Federal em 1968.
Com o passar dos anos, ainda na republica velha, só que agora com a constituição de 1934, o estado passa a ter mais responsabilidades sobre a educação. Em Sergipe esses números são vistos há olhos nus, segundo Dantas em seu livro “História de Sergipe República”, “As despesas da União com o ensino e cultura em Sergipe mais que duplicaram de 1932 para 1935 e o número de escolas primarias passou de 432 (1933) para 635 (1943). ” (DANTAS, 2004, p.105).
Quando passado à fase da republica velha Sergipe começa a receber diversas faculdades, umas trazidas pela igreja católica, outras formadas por profissionais liberais, mas o que importava neste momento é que Sergipe estava preste a formar a sua universidade. Nos demais campos intelectuais, foi neste momento que ficou percebido o amadurecimento da sociedade quando se faz referencia aos intelectuais. As publicações continham mais qualidade, o número de publicações também aumentou, e o que se viu a partir deste momento em Sergipe foi uma grande ascensão intelectual do estado.

2.3 – O Surgimento do Ensino Superior em Sergipe.

A história do ensino superior em Sergipe poderia ser contada como uma telenovela, pois tem o seu lado dramático e um “final” feliz. Começa logo após a emancipação de nosso estado, e até mesmo antes, os primeiros intelectuais sergipenses tinham em seus currículos uma formação superior em outros estados e até mesmo em outros países, e isso gerava revolta, uma vez que em muitos lugares já existiam cadeiras de ensino superior e Sergipe estava excluído deste cenário.
Se Sergipe reclamou por muitos anos a criação de um ensino superior em seu berço, o Brasil não foi muito diferente. As colônias espanholas espalhadas por toda América Latina, já tinham universidades, enquanto no Brasil só veio surgir em 1932 com a USP (Universidade de São Paulo). Há registros de tentativas anteriores, mas nada de concreto, o que se viu foi à criação de faculdades de direito, medicina, entre outros, após a vinda da família real, em 1808, estes fugindo das perseguições do francês Napoleão Bonaparte.
Durante praticamente toda década de 20 do século XIX, os sergipanos estiveram reivindicando a vinda das faculdades para o estado, e esse fato só viria a ser consumado na década de 30 do mesmo século.

Valendo-se da faculdade concedida pelo Decreto Imperial de 11 de novembro de 1831, o então Presidente da Província – Dr. Joaquim José Marcelino, em fevereiro do ano seguinte (1832), põe a concurso a primeira Cadeira pública de Filosofia Racional, e Moral, juntamente com as de Geometria, Francês e Retórica, designando os dias 28, 29 e 30 de maio do mesmo ano para os respectivos exames. Apareceu um único concorrente à cadeira de Francês, que foi provida pelo professor Joaquim Maurício Cardoso, em 4 de julho de 1832 . A de Geometria teve a sua provisão meses depois (20 de outubro de 1832) na pessoa do Frei José dos Prazeres Bulhões . (LIMA, 1995, p.25).

Após a exposição a público do edital, para o preenchimento de vagas da primeira cadeira em São Cristóvão, Sergipe passa por um processo difícil, uma vez que interesses políticos e pessoais, vão levando o ensino superior ao caos, e o que mais chamava a atenção era o poder que a igreja tinha sobre essas cadeiras. A transferência de uma cidade para outra de cadeiras como a de filosofia faz somente analisar a bagunça que era os primórdios do nosso ensino, sem um plano determinado, sem objetivos e uma população que não se importava com o que estava acontecendo.
O Brasil neste momento estava passando por um processo de transações em sua forma governamental. O império estava perdendo força, principalmente após a guerra do Paraguai, onde os homens brasileiros que ali participaram conheceram os ideais republicanos, e os negros que até então eram escravos e foram pra guerra quando voltaram não queriam mais ser escravos, pois haviam defendido a nação como um cidadão e queriam a liberdade. E assim se desenvolveu os escravos ganharam a abolição em 1888 e em 1889, o império chega ao fim e é instaurada a república.
Com uma nova forma de governo, os ideais começam a mudar, mas o que não mudou foi à postura dos senhores que comandavam a educação em nosso estado, mesmo dentro da república a igreja ainda detinha poder sobre o ensino superior.
Com o passar da república velha não só Sergipe, mas o Brasil em geral, deixaram as universidades de lado e passaram a creditar os valores do ensino aos cursos profissionalizantes, este chamado de “Reforma Capanema”, mas a partir de 1948, Sergipe começa a financiar as faculdades estaduais, tendo como a pioneira a faculdade de economia, desde então foi dado um salto importantíssimo para o aprimoramento e a criação de uma universidade dentro de Sergipe.

...Não obstante as dificuldades, em 1954 apareceu a Faculdade de Serviço Social, também ligada à Igreja Católica. Fechando o ciclo, em 1961 nascia a Faculdade de Ciências Médicas com aporte significativo do Estado. O fato é que no inicio dos anos sessenta já eram computados 12 cursos de graduação com 156 professores e 336 alunos ... (DANTAS, 2004, p. 158).

Com o surgimento de diversas faculdades nas décadas de 40 e 50 do século XX, Sergipe agora buscava a criação de sua universidade. Em 1964 o Brasil passa a ser governado por militares, e é neste momento conturbado que Sergipe viria a ganhar a sua universidade, com um decreto de 28/02/1967. A instalação festiva só viria a acontecer no dia 15/05/1968, sendo censurado a participação da classe estudantil.
Sergipe a partir deste momento teria uma nova fase em sua história, os professores não seriam mais “heróis da resistência”, até então estes ensinavam com o salário sendo uma contribuição simbólica, mas desde então eles iriam receber como tal, pois estavam incluídos em programas do governo federal, e essa conquista representaria a vitória de muitos que lutaram no inicio do império e que não estavam vivos para verem que foram eles que iniciaram a luta por um ensino superior decente para os sergipanos.

CONCLUSÃO

Este artigo apresentou um tema atual, pois hoje se escuta muito o tema universidade, pois é vivenciado o momento de expansão da mesma e uma inclusão dos menos favorecidos a ela. E o tema discorrido neste artigo tratou do surgimento do ensino superior em Sergipe, quando ele ocorreu e como ocorreu. Mas foi necessário mencionar todo um passado dentro do Brasil para ter uma compreensão maior do assunto. Esse passado não só incluiu o assunto educação, mas também todo um processo de colonização portuguesa neste território, destacando também a luta que existiu para Sergipe se tornar província, uma vez que as terras que hoje formam o estado era anteriormente ligado ao estado da Bahia. Toda luta que os intelectuais tiveram no inicio de vida da província foi recompensado mais de um século depois, essa vitória é a que estamos presenciando hoje, uma vitória dos intelectuais do século XIX, para implantar o ensino superior em nosso estado, e agora o povo de Sergipe desfrutas das diversas “batalhas”, que eles enfrentaram.
Por isso é que hoje o povo sergipano deve honra os seus estudantes do passado por essa conquista, fazendo com que essa vitória seja lembrada para sempre, pois foi despejada uma imensidão de oportunidades para os jovens do século XXI, alcançar sonhos que jamais poderiam ser alcançados antes.

THE EMERGENCE OF HIGHER EDUCATION IN SERGIPE SINCE THE FIRST CHAIRS UNTIL THE CREATION OF UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE.

ABSTRACT

This article has as main objective demonstrate the appearance of higher education in Sergipe, until the dates festive inauguration of the Universidad Federal de Sergipe. In this context that is thus prepared all the historical educational both of our state and of Brazil. This article was developed through bibliographical research, magazines, books, researches web sites, all quoted in reference’s. THE article behind in their development the most important facts concerning the ed.

key-words: Higher education. Education. Sergipe. University.

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VARIACIÓN MORFOMÉTRICA EM RESTOS ÓSEOS DE GUANACO DE SITIOS ARQUEOLÓGICOS DE PATAGONIA AUSTRAL CONTINENTAL Y DE LA ISLA GRANDE DE TIERRA DEL FUEGO.


O trabalho apresentado por Gabriela L. L’ Heureux, trás um estudo sobre os sítios arqueológicos encontrados em ambos os lados do estreito de Magalhães. Esses achados demonstram algumas peculiaridades, como os ossos apendiculares encontrados nos dois lugares. Esses ossos são respectivamente de guanacos (lhama), que habitavam aquela região no pleistoceno final e no holocêno tardio final. Por essa diferença em tempo e local e que foi gerado um problema para as pesquisas desenvolvidas, uma vez que, fatores temporais, climáticos e geográficos tornam o mesmo animal, morfologicamente falando, diferente.
Os fatores climáticos podem influenciar, com um maior vigor sobre os habitantes de uma certa região, pois é a partir do clima que será delimitado a vegetação, os habitantes da região entre outros fatores. Com essa variação ocorrida no estreito de Magalhães, os animais que ali habitavam teriam que se adaptar por questão de sobrevivência. Essas variações climáticas foram observadas através de estudos realizados com amostra dos sítios.
A autora deste artigo mostra gráficos sobre os trabalhos osteométricos e resultados de diversos ossos: segunda falange – onde esta se encontra em maior numero na ilha do que no continente, este fato ocorre devido ao período de ocupação e tempo sendo que as estatísticas estão implícitas nos fatores geográficos e temporais. Primeira falange; epífise proximal – diferentemente da segunda falange, a primeira falange não tem uma diferença considerável em ambas as regiões, tanto em tamanho quanto em quantidade encontrada, isso quando se refere ao pleistoceno final. Húmero distal – esses foram analisados a partir do holoceno tardio, e tem características bastante interessantes quando comparados os ossos da parte continental com o da ilha. Metacarpo distal – esse osso também estudado no período do holoceno final tem variações morfológicas entre os elementos de ambos os lados do estreito de Magalhães.
Os ossos encontrados mostram em geral que o fator temporal e geográfico foram determinantes para o desenvolvimento morfológico da espécie, no caso deste artigo o ganaco (lhama), e isso fica bem claro, e a autora deste faz diversas amostras com gráficos e pesquisas feitas por outras pessoas.