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domingo, 29 de março de 2009

RESUMO TEXTO DE PEDRO PAULO FUNARI
“OS HISTORIADORES E A CULTURA MATERIAL”

O texto de Pedro Paulo Funari trás em seu inicio um apanhado do que foi a história antes do século XIX, relatando a importância greco – romana para o surgimento da mesma. A história durante algum tempo foi dominada pelo pensamento positivista, que aceitava como possíveis comprovantes, documentos escritos e deixava para trás a maior parte do passado humano, uma vez que esse passado está mais em documento não-escritos do que ao inverso. Mas com o passar do tempo esse pensamento começou a mudar, e a visão que se tinha diante de monumentos e objetos antigos foi tomando um caminho diferente do até então vivenciado. A valorização de tudo que foi produzido pelo homem passado agora seria uma amostra do seu tempo e serviria para contar o seu cotidiano. Esses objetos que até então era visto apenas como suvenir passou a ter uma importância chegando ao ponto de virar símbolos nacionais.
As inscrições têm valores inestimáveis para o trabalho do historiador e do arqueólogo, com sua descoberta e tradução no século XIX, muitas civilizações antigas puderam ser mais bem analisadas. Com as descobertas de inscrições antigas, a formação da história não mais dependia exclusivamente das obras literárias, que de certa forma direcionava a visão para um determinado parâmetro. A partir deste momento as fontes arqueológicas começaram a ter um valor merecido, uma vez que no século XIX e inicio do XX, o positivismo ainda tinha as suas idéias fixas na sociedade, mas seus ideais começaram a cair principalmente no século XX. Com visões mais amplas por parte de diversas disciplinas, tendo como pioneira a contestar a visão positivista os filósofos, pois para estes nem tudo na ciência seria algo comprovado e irredutível. Outras disciplinas seguiram este caminho, o da contestação ao positivismo, inclusive a história. A partir de então uma nova visão histórica começara a surgir, é chamada a história em migalhas, dita por François Dosse. Essa história não só privilegiava os reis e imperadores, como faziam os positivistas, mas abrangia toda a história para as classes menores, seria essa chamada a nova historia, onde as massas participariam dela e seriam decisivas para que ocorresse a mesma.
Com tais mudanças o mundo científico passaria por mudanças drásticas do que se conhecia até o momento. Os arqueólogos com a visão da historia para a massa ganharia um amplo campo de estudo. Diversos intelectuais começariam a publicar suas idéias em livros que no futuro virariam clássicos. Um dos grandes pensadores dessa época sem sombra de duvida, foi Karl Marx e sua teoria sobre o materialismo histórico.
Com tantas fontes, algo que chama a atenção dos pesquisadores e também pode tirar algumas noites de sono são os materiais encontrados, de povos existentes antes da escrita, esses objetos que condizem com o seu cotidiano mostram como eles viviam, mas muitas vezes esses materiais são encontrados em fragmentos e é necessário o pesquisador ter uma idéia preliminar dos acontecimentos. Cada povo chamado de “pré-históricos”, sociedade sem escrita, tem uma característica particular, mas é possível identificar como cada uma dessas sociedades vivia no seu cotidiano, para isso o pesquisador deve ter uma boa interpretação dos objetos encontrados numa escavação.
A conclusão que uma fonte escrita e uma fonte não escrita podem fornecer para um pesquisador pode ser controvérsias, pois muita das vezes a parte da população que detinha o poder da escrita, a faziam de forma parcial, ou seja, colocando a sua visão perante o ocorrido, por isso o pesquisador deve analisar todos os materiais encontrados e verificar todos os pontos de vista para chegar a uma conclusão convincente. Um exemplo desses relatos são a dos romanos, que detinham a escrita e muitas vezes os povos conquistados por eles não tinham essa peculiaridade, com isso os romanos relatavam o que lhe davam prazer e vantagens.
Com as fontes históricas tanto escritas quanto a não escritas devem ser analisadas e interpretadas de maneira a encontrar-se em um contexto convincente, e quanto mais fontes for possível ter de uma sociedade mais perto da verdade o pesquisador se aproximara. As fontes são imprescindíveis para o relato do passado, como diz Funari: “As fontes arqueológicas constituem um manancial extremamente variado para o historiador de todos os períodos da História, do mais recuado passado da humanidade, até os mais recentes períodos e épocas”.